Quando falamos em Produtividade, os primeiros pensamentos que nos ocorrem são: qual o conceito que está por trás? Como é medida a Produtividade? Como me posso comparar com outras indústrias ou serviços para efeitos de benchmark? Qual o efeito da Produtividade no meu negócio?

Existem várias fórmulas, métricas e unidades de medida que nos permitem tirar ilações sobre o aproveitamento de uma pessoa; uma máquina; um equipamento; um grupo de pessoas, máquinas ou equipamentos; uma área; uma empresa ou um país. 

A forma e a inteligência como se estabelecem as métricas e os conceitos que podem ser aplicados fazem a diferença na hora de tomar ações em cima dos Indicadores. O fator decisivo para o sucesso é garantir que o Indicador é mensurável, percetível, fiável e que conseguimos em períodos de tempo definidos, acompanhar a sua evolução. Definindo o que queremos medir e quando queremos medir, é fundamental termos ferramentas de Gestão adequadas para o efeito e um grupo de pessoas preparado para atuar em cima dos desvios. 

No fundo, a produtividade não é trabalhar mais, mas sim conseguir retirar o melhor aproveitamento possível dos recursos à nossa disposição. Para isso, temos de munir as pessoas dos conceitos e ferramentas adequadas para que se foquem nos desafios do dia-a-dia. Algumas formas de cálculo poderão ser:

Método 1

Uma empresa vendeu 5.000 Unidades num dia. Para realizar esta atividade foram gastas 980 horas. Cada unidade é vendida a 15 euros e cada hora tem um custo de 70 euros (Mão de Obra, Máquina e Matéria Prima). Assim, a empresa teve uma receita de 5.000 x 15 = 75.000 euros. O custo foi de 980 x 70 = 68.600 euros. A margem, neste caso, foi de 6.400 euros. A produtividade pode, neste exemplo, ser considerada, dividindo a Margem obtida pelo número de horas trabalhadas, ou seja = 6.400 / 980 = 6,53 euros por hora; 

Método 2

Uma área de Produção, produziu as mesmas 5.000 unidades por dia. A capacidade da produção é de 6.500 unidades por dia. A produtividade pode ser calculada da seguinte forma: 5.000 / 6.500 = 77%;

Método 3

Podemos medir a produtividade de forma mais detalhada, neste caso utilizando a unidade medida Hora: Considerando que tínhamos 1.000 Horas disponíveis para produção e tivemos 980 horas Trabalhadas, a nossa Utilização foi = 980/1.000 = 98%; Vamos considerar também que cada uma das 5.000 unidades produzidas tinha um tempo expetável de produção de 10 minutos. Assim, as 5.000 unidades deveriam ter demorado 50.000 minutos, ou 833,33 Horas. Para calcularmos a Eficiência, consideramos então 833,3 / 980 = 85%. Ou seja, o tempo padrão, em cima do tempo trabalhado. Numa fase posterior à produção, encontraram-se alguns defeitos no controlo de qualidade e existiram 250 peças com defeito que não puderam ser reaproveitadas. Assim, ficaríamos com 5.000 – 250 = 4,750 peças boas. O Indicador de Qualidade seria: 4.750/5.000 = 95%. Para o cálculo de produtividade podemos considerar a relação entre a Utilização dos recursos (98%), a Eficiência do processo (85%) e a Qualidade da produção (95%): Produtividade = 98% x 85% x 95% = 79% Estes são alguns dos exemplos de métricas que podem ser seguidas, tendo em conta o contexto do processo, do mercado e a identidade da empresa. Existem muitos outros que podem também ser enunciados, mantendo o propósito: identificação de oportunidades de melhoria e traçar o caminho para a tomada de ação assertiva.

“You cannot mandate productivity, you must provide the tools to let people become their best” por Steve Jobs. 

Na Contas Organizadas edificamos modelos e construímos as ferramentas que permitam quantificar e qualificar estas métricas, mas, principalmente, qualificamos pessoas para que seja possível a atuação direta com resultados mensuráveis em cima dos desvios.